quarta-feira, agosto 29, 2001
(((Aposentada tinha 5.037 cálculos na vesícula biliar)))
Agestado - 29/8
Curitiba - O cirurgião Luciano Dias de Oliveira Reis, de Santo Antônio da Platina, no norte do Paraná, a 370 quilômetros de Curitiba, retirou 5.073 cálculos, com tamanhos variando entre um milímetro e dois centímetros de diâmetro, da vesícula biliar da aposentada Maria Aparecida Miolo, de 81 anos. É um caso raro na medicina e que pode entrar para o Livro dos Recordes.
Já em casa, no município de Salto do Itararé, na divisa com São Paulo, a aposentada ainda é alvo de curiosidade. "Muita gente aparece para ver as pedras", disse Maria Aparecida. Os fragmentos estão guardados dentro de um vidro. "Eu também só acreditei quando vi", confessou a mulher, que vive com o marido, José, de 82 anos, e possui quatro filhos, seis netos e uma bisneta.
No último dia 20, o cirurgião foi procurado pela aposentada, que já havia sido examinada por outro médico da vizinha cidade de Siqueira Campos. "Ela tem 81 anos, estava com 98 quilos e apresentava uma massa no abdome", contou Reis. "Para nós, isso já é algo excepcional."
Submetida a uma ultra-sonografia, apareceu uma vesícula "imensa". "Resolvemos operar no mesmo dia", disse o médico. A cirurgia começou às 14 horas e demorou uma hora e meia. De cara, Reis percebeu algo estranho. Normalmente, a vesícula tem de 7 a 8 centímetros de comprimento, mas a de sua paciente apresentava 16 centímetros. Além disso, a parede, que possui cerca de 3 milímetros, estava com quase um centímetro de espessura. "Parecia um saquinho de couro, desses usados para carregar moedas", comparou.
Com dificuldades para manipulá-lo, foi feito um orifício, de onde saiu cerca de 100 ml de um líquido purulento. Outro buraco foi aberto nos fundos do saco, de onde ele retirou as pedras usando uma colher de cafezinho. "Quando ficou no tamanho normal, fizemos a cirurgia", disse. A vesícula, um reservatório de bílis, foi retirada.
Encerrada a cirurgia, ele deixou a sala, mas suas ajudantes passaram a contar as pedras. "Quando chegou em 4 mil me chamaram", disse. Tão surpreendente quanto o número de cálculos foi a recuperação da aposentada. No dia seguinte, ela recebeu alta. "Estou muito bem, fazendo e comendo de tudo", afirmou Maria Aparecida.
Formado há 24 anos, Reis disse que tinha visto no máximo entre 500 e 600 cálculos em uma pessoa. Nos Estados Unidos, são realizadas cerca de 500 mil colecistectomias (retirada de vesícula) por ano. No Brasil, não há números oficiais, mas ele acredita que são realizadas entre 200 mil e 250 mil cirurgias anualmente. Em cerca de 5% dos casos, a inflamação forma-se sem existência de cálculos. Reis enviou dados da cirurgia para o Livro dos Recordes.
As estatísticas mostram que 82% dos casos de cálculos biliares são em mulheres e especialmente as que tiveram vários filhos, têm mais de 40 anos, peso acima do normal e pele clara. Eles são formados na maior parte por colesterol. Em maio do ano passado, em Arapongas, também no norte do Paraná, o cirurgião Hélcio Watanabe retirou 4.431 cálculos da vesícula biliar de Nereide Palma, de 60 anos.
Agestado - 29/8
Curitiba - O cirurgião Luciano Dias de Oliveira Reis, de Santo Antônio da Platina, no norte do Paraná, a 370 quilômetros de Curitiba, retirou 5.073 cálculos, com tamanhos variando entre um milímetro e dois centímetros de diâmetro, da vesícula biliar da aposentada Maria Aparecida Miolo, de 81 anos. É um caso raro na medicina e que pode entrar para o Livro dos Recordes.
Já em casa, no município de Salto do Itararé, na divisa com São Paulo, a aposentada ainda é alvo de curiosidade. "Muita gente aparece para ver as pedras", disse Maria Aparecida. Os fragmentos estão guardados dentro de um vidro. "Eu também só acreditei quando vi", confessou a mulher, que vive com o marido, José, de 82 anos, e possui quatro filhos, seis netos e uma bisneta.
No último dia 20, o cirurgião foi procurado pela aposentada, que já havia sido examinada por outro médico da vizinha cidade de Siqueira Campos. "Ela tem 81 anos, estava com 98 quilos e apresentava uma massa no abdome", contou Reis. "Para nós, isso já é algo excepcional."
Submetida a uma ultra-sonografia, apareceu uma vesícula "imensa". "Resolvemos operar no mesmo dia", disse o médico. A cirurgia começou às 14 horas e demorou uma hora e meia. De cara, Reis percebeu algo estranho. Normalmente, a vesícula tem de 7 a 8 centímetros de comprimento, mas a de sua paciente apresentava 16 centímetros. Além disso, a parede, que possui cerca de 3 milímetros, estava com quase um centímetro de espessura. "Parecia um saquinho de couro, desses usados para carregar moedas", comparou.
Com dificuldades para manipulá-lo, foi feito um orifício, de onde saiu cerca de 100 ml de um líquido purulento. Outro buraco foi aberto nos fundos do saco, de onde ele retirou as pedras usando uma colher de cafezinho. "Quando ficou no tamanho normal, fizemos a cirurgia", disse. A vesícula, um reservatório de bílis, foi retirada.
Encerrada a cirurgia, ele deixou a sala, mas suas ajudantes passaram a contar as pedras. "Quando chegou em 4 mil me chamaram", disse. Tão surpreendente quanto o número de cálculos foi a recuperação da aposentada. No dia seguinte, ela recebeu alta. "Estou muito bem, fazendo e comendo de tudo", afirmou Maria Aparecida.
Formado há 24 anos, Reis disse que tinha visto no máximo entre 500 e 600 cálculos em uma pessoa. Nos Estados Unidos, são realizadas cerca de 500 mil colecistectomias (retirada de vesícula) por ano. No Brasil, não há números oficiais, mas ele acredita que são realizadas entre 200 mil e 250 mil cirurgias anualmente. Em cerca de 5% dos casos, a inflamação forma-se sem existência de cálculos. Reis enviou dados da cirurgia para o Livro dos Recordes.
As estatísticas mostram que 82% dos casos de cálculos biliares são em mulheres e especialmente as que tiveram vários filhos, têm mais de 40 anos, peso acima do normal e pele clara. Eles são formados na maior parte por colesterol. Em maio do ano passado, em Arapongas, também no norte do Paraná, o cirurgião Hélcio Watanabe retirou 4.431 cálculos da vesícula biliar de Nereide Palma, de 60 anos.