sexta-feira, setembro 28, 2001

 

(((Festa da cultura negra no Peru faz sucesso com picadinho de gato)))

da Reuters, em La Quebrada (Peru)

No meio da praça central da cidade de La Quebrada, no Peru, uma cozinheira refoga cebola, alho e pimenta vermelha na panela onde prepara um quitute local que algumas pessoas vêm de longe para saborear: picadinho de gato.

"É gostoso mesmo", diz Ada Torres, 21, que acaba de devorar um prato de torresmo de gato. Várias crianças à sua volta lambem os dedos, e adultos fazem fila para experimentar o prato.

Todo ano a cidade de La Quebrada, situada numa antiga fazenda 140 quilômetros ao sul de Lima (capital), se agita com a festa de Santa Ifigênia, que celebra a dança, música e culinária da população negra peruana.

O picadinho de gato não é o único destaque da festa, mas talvez seja seu aspecto mais estranho, diz seu organizador, Sábio Canas.

"Queremos mostrar aos negros e às pessoas de todas as raças que nós, aqui em La Quebrada, somos descendentes de escravos e temos uma santa negra. É por isso que fazemos uma grande festança", disse Canas, presidente de uma associação de arte e cultura negra.

Cerca de 70% dos 26 milhões de peruanos têm ascendência indígena, e os negros formam uma minoria muito pequena no país. Quase todos, segundo Canas, descendem dos escravos africanos trazidos ao país na época colonial para trabalhar nas fazendas de algodão.

A festa de Santa Ifigênia, uma das poucas santas negras adoradas no país, inclui cantos e danças nos ritmos negros que são famosos no país andino.

Segundo Canas, a tradição do consumo da carne felina se deve ao pragmatismo culinário da época, em que faltava comida para os escravos nas fazendas de algodão. Para muitos turistas, a carne de gato tem sabor de coelho.

domingo, setembro 23, 2001

 

(((Curso em SP "ensina" a fazer milagres )))

LEONARDO WERNER SILVA
da Folha de S.Paulo

Em uma sala pequena de uma casa no bairro da Saúde (zona sul de São Paulo), pessoas se reúnem nas tardes de quarta-feira com um objetivo nada convencional: aprender a fazer milagres.

Quem se propõe a ensinar tal ação é o psicanalista Wilson Ribeiro, 56, que fundou e preside a APCH (Associação de Psicanálise e Ciências Humanas), pela qual oferece o curso "Milagres"-de uma aula só.
Ribeiro leva pouco menos que três horas para tentar convencer os alunos de que poderão fazer proezas ao término da aula.

O segredo, explica ele, é estimular a glândula pituitária (mais conhecida como hipófise), localizada na região da base cerebral.
O curso é dividido em duas partes. Na primeira, com cerca de uma hora, o psicanalista tenta mostrar que todas as pessoas podem fazer os mesmos milagres atribuídos pela Bíblia a Jesus. "Cristo é o sopro divino. Todos nós o possuímos. Reencontramos com ele na pituitária [hipófise]."

No restante do tempo, Ribeiro faz exercícios de relaxamento. O objetivo é fazer os alunos visualizarem uma energia azul fluorescente saindo da hipófise -que, segundo o psicanalista, tem a mesma cor. Canalizando a energia, explica Ribeiro, as pessoas poderão fazer milagres para benefício próprio ou alheio.

Para aprender algo tão "extraordinário", os alunos pagam R$ 20. Pode-se ainda comprar uma fita, com todo o curso, por R$ 10. Durante a aula, Ribeiro não faz uma só demonstração dos poderes que tem, mas conta histórias incríveis.

"Já fiz milagres para mim e para os outros. Quando precisei de dinheiro, ele entrou pela minha porta. E era dólar, não era real", afirma Ribeiro.
Questionado se depois do curso os alunos poderiam realizar milagres como esses ou como os que a Bíblia narra, Ribeiro responde, enfático: "Daquilo que Jesus fez, só não fiz cego enxergar. Já coloquei paralítico para andar e curei pessoas com leucemia."

Segundo Gláucia Mazeto, 38, doutora em endocrinologia e professora do Hospital das Clínicas da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a hipófise não possui "poderes mágicos".

A glândula, explica, regula o funcionamento de parte das glândulas endócrinas do organismo, como as adrenais e a tireóide. A cor azul fluorescente que Ribeiro atribuiu à hipófise também não confere com a realidade, segundo Gláucia. "A hipófise tem um tom branco-acinzentado", disse.

O único ponto em comum entre a visão de Ribeiro e a explicação científica sobre a hipófise é sua localização: a base do cérebro.

Esperança

"Não me arrependo de ter feito o curso", disse a enfermeira Ester Vieira, 36, apesar de não ter conseguido fazer um só milagre uma semana após ter assistido ao curso de Ribeiro. "Não fiz nenhum [milagre] porque eu não tive tempo para treinar", justifica-se.

A fé no poder azul da hipófise não foi abalada nem mesmo quando ela ficou sabendo que a glândula é, na verdade, cinza. "A luz é azul sim, porque você a mentaliza", explica a enfermeira.

A mesma esperança é mantida por Carla, 36 (que não quis dizer seu sobrenome). Ela também não havia conseguido realizar seu milagre após sete dias. Atraída pela história dos dólares batendo à porta, contada por Ribeiro, Carla afirma que sua primeira ação será "na área financeira".

O mais bem sucedido parece ter sido o industrial Geraldo Lucas, 49. "Já consegui transformar a água do Tietê em água potável", garante. "Para fazer milagres, basta acreditar. Com a fé, a gente remove montanhas", conclui.

 

(((Brasil "joga fora" R$ 150 bilhões por ano)))

FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
da Folha de S.Paulo

Um movimento antidesperdício começa a espalhar-se pelo país. Cálculos feitos por especialistas a pedido da Folha de S.Paulo revelam que o país joga fora cerca de 15% do PIB (Produto Interno Bruto), ou R$ 150 bilhões por ano. Alguns falam em até 40%.

Num restaurante da rede Habib's, no centro de São Paulo, quem raspa o prato paga o preço fixo de R$ 3,90, independentemente de quantas vezes se servir. Quem deixa restos de comida paga o dobro.

Assim como a loja do Habib's, que está querendo jogar menos comida fora, o racionamento de energia elétrica trouxe à tona um problema que é gigantesco no país -o desperdício.

As ações para economizar água, alimentos, material de construção e embalagens, ainda incipientes, passaram a ser debatidas intensamente em vários setores da economia nos últimos três meses.

O uso mais racional da eletricidade, forçado pela crise energética, despertou a consciência de que o consumidor pode economizar muito mais, sem viver com desconforto -o mesmo vale para a indústria, o comércio e o setor de serviços. O tema ganhou força nos últimos dias com o fato de o mundo estar na iminência de uma guerra.

Apesar de não ser medido com precisão, as estimativas do desperdício assustam. Economistas e acadêmicos falam que alguns setores perdem até 40% do que produzem -é o caso dos hortifrutícolas. Significa que, de cada 100 pés de alface plantados e colhidos, 40 vão para o lixo.

Os exemplos são inúmeros. Cerca de mil toneladas de alimentos por dia são desperdiçadas nas feiras livres em todo o país. Na construção civil, a cada três prédios construídos joga-se fora material para erguer mais um.

No caso da água, a estimativa é que o consumidor paulista desperdice 5%, o que equivale a 92 bilhões de litros por ano só no Estado de São Paulo. É água suficiente para abastecer a população da cidade de Guarulhos. Se forem consideradas as perdas com vazamentos, a previsão é que esse percentual chegue a 50%, dependendo da região do país.

Combate
O Provar (Programa de Varejo) da USP deu início a um programa para quantificar e combater as perdas nos supermercados. Elas correspondem a 2,5% do faturamento total do setor -ou R$ 1,74 bilhão neste ano. Esse valor dá para alimentar 600 mil famílias por um ano, considerando um gasto mensal de R$ 247 por casa.

"Só agora o Brasil começa a tomar consciência de que é preciso evitar o desperdício", afirma Cecília Leote, coordenadora técnica do Provar. Evitar o desperdício, na prática, diz ela, também significa aumentar a rentabilidade.

Nos restaurantes, o desperdício é maior ainda, especialmente naqueles que cobram preço fixo por refeição. A atitude do Habib's, em prática em uma das suas 180 lojas, espanta os clientes não-frequentes, mas ganha o apoio dos consumidores tradicionais.

A supervisora da loja, Rejane Gomes, vai de mesa em mesa explicar para o cliente o motivo do preço mais caro. "Tem muita gente morrendo de fome por aí", argumenta. Essa mensagem é transmitida diariamente para 15 a 20 pessoas das 320 que almoçam lá.

Na construção civil, o combate ao desperdício virou palavra de ordem nas grandes empreendedoras nos últimos meses. Nos cálculos de Lenilson Marques Araújo, gerente da empresa de engenharia JCM, as obras perdem, em média, 22,3% do material -o índice já chegou a 30%. As construtoras estão muito mais preocupadas com cálculos precisos.

"Estamos armando ações para pegar o rastro do racionamento de energia e levar para outros setores. Uma idéia é priorizar empréstimos para empresas que combatem o desperdício", diz Alfredo Gastal, gerente de projetos do Ministério do Meio Ambiente.

Há três meses, a Sabesp, empresa que distribui água em São Paulo, está enviando técnicos a escolas, postos de saúde, condomínios residenciais e empresas para tentar diminuir o desperdício.

Numa unidade da Ford, diz Gastal, o consumo de água caiu 35% sem abalar a atividade da empresa. Num condomínio residencial de 4.500 pessoas, a redução foi da ordem de 16%.

Desperdício até no voto
Em Santo André, a companhia municipal de distribuição de água montou, para visitação, o protótipo de uma casa econômica, que não desperdiça.

Feita de acrílico e vidro, a casa mostra quanto é possível economizar na hora da descarga, de lavar a louça ou escovar os dentes. O projeto faz parte do programa de educação ambiental que a entidade colocou em ação, diz o engenheiro Norberto Padovani Pinto.

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) também decidiu intensificar os programas de qualidade. Pela internet, é possível participar de um sistema de auto-avaliação para verificar o desempenho de produção, estratégias e atendimento ao cliente de uma empresa.

Ao preencher os dados, a fábrica obtém uma nota e recomendações, além de um roteiro on-line para colocar em prática programas de eficiência. Desde o lançamento do SP Qualidade, em agosto, a Fiesp registrou o acesso de 1.080 empresas. "Mais de 50% delas mostraram que ainda há muito o que fazer para melhorar a competitividade", diz a técnica Alessandra Alvares.

O desperdício não está apenas na água, na luz, na comida, na construção ou não indústria. Até o setor de serviços entra nessa lista. Segundo a UBQ, o setor perde 30% do seu trabalho pela falta de qualidade. No Japão, essa perda varia de 1% a 3%. Nos EUA, está entre 5% e 8%.

A lista de tudo o que é desperdiçado no país não tem fim, segundo os especialistas. O desperdício está nas palavras, no tempo, nos impostos pagos e não-usados em benefícios, nos recursos humanos e até nos votos.

"Pode se eleger um político com poucos votos numa legenda forte, enquanto outros ficam de fora, apesar de bem votados", diz Emílio Eigenheer, professor da Universidade Federal Fluminense.

sábado, setembro 22, 2001

 

(((Receba o absurdo do dia-a-dia em sua caixa postal)))

Se você quiser receber as notícias do Celacanto via e-mail, basta pedir!
Envie seu pedido para mussum@globo.com que seu nome será incluído em nossa seleta lista de admiradores.
Bom lembrar que qualquer notícia extravagente é bem vinda. Basta enviar o link para o mesmo endereço!

quinta-feira, setembro 20, 2001

 
(((Presos continuam com orgia dentro de van da polícia)))

do Diario Información

Um grupo de cinco pessoas que fazia orgia numa praia da Espanha continuou a festinha dentro da van da polícia após ser preso. Segundo os policiais, o grupo era formado por um casal britânico, um homem francês e duas mulheres suiças. Presos por exibicionismo, eles foram levados para a delegacia local mas, quando os policiais abriram a porta da van, viram a mulher fazendo sexo oral no britânico.


 

(((Mulher encontra 7 quilos de cocaína dentro de peixes)))

mais uma contribuição maravilhosa do Tiago Barizon

do Agora São Paulo

Maria Helena Morrone, 45, encontrou sete quilos de cocaína dentro de dois pintados que seu marido, o médico legista Zeno Morrone Júnior, havia pescado em Corumbá (MS). A droga foi encontrada na última sexta-feira, quando ela preparava o almoço.

Ao abri-los, Maria Helena viu os pacotes com a droga. O médico avisou a polícia imediatamente.

Em agosto, o legista trouxe os peixes da cidade de Corumbá (MS) após participar de uma pescaria com mais 11 amigos. Ao desembarcar no aeroporto de Congonhas, Morrone diz que pegou a mochila térmica errada.

Ele decidiu guardar os peixes no congelador. Mesmo com a droga dentro dos pintados, o casal acabou comendo os peixes

 

(((Cientistas querem cultivar carne em laboratório)))
da Deutsche Welle, em Berlim

enviado por Tiago Barizon

Um grupo de cientistas holandeses anunciou hoje que pretende cultivar carne artificial em laboratório, tornando assim totalmente supérfluo o abate de animais.

Segundo a revista científica Geo-Wissen, o dermatólogo Wiete Westerhof, da Universidade de Amsterdã, fará crescer bolos de carne de pelo menos 50 gramas em enormes contêineres.

O pesquisador inspirou-se no método de cultura de pele artificial. Contudo, acrescenta a revista, o procedimento ainda não está perfeitamente amadurecido.

quinta-feira, setembro 06, 2001

 

(((Frases de revistas femininas da década de 60)))

Mais uma do Alê Vecchio...

As seguintes pérolas foram extraídas de revistas femininas da década de 60.
Cabe nossa reflexão:

- Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas. (Jornal das Moças, 1957)

- Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu
carinho e provas de afeto. (Revista Claudia, 1962)

- A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar banho
fora de casa. (Jornal das Moças, 1945)

- A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, nada de
incomodá-lo com serviços domésticos. (Jornal das Moças, 1959)

- A esposa deve vestir-se depois de casada com a mesma elegância de
solteira, pois é preciso lembrar-se de que a caça já foi feita, mas é
preciso mantê-la bem presa. (Jornal das Moças, 1955)

- Se o seu marido fuma, não arrume briga pelo simples fato de cair cinzas no
tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa. (Jornal das Moças, 1957)

- A mulher deve estar ciente que dificilmente um homem pode perdoar uma
mulher por não ter resistido às experiências pré-nupciais, mostrando que era
perfeita e única, exatamente como ele a idealizara. (Revista Claudia, 1962)

- Mesmo que um homem consiga divertir-se com sua namorada ou noiva, na
verdade ele não irá gostar de ver que ela cedeu. (Revista Querida, 1954)

- O noivado longo é um perigo. (Revista Querida, 1953)

- É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido.
(Jornal da Moças, 1957)

E para finalizar a "mais mais" de todas :
- O LUGAR DE MULHER É NO LAR. O TRABALHO FORA DE CASA MASCULINIZA. (Revista
Querida, 1955 )

http://globonoar.globo.com/cbn/frases_mulheres.htm

terça-feira, setembro 04, 2001

 
(((OpenCola)))

Sem palavras...
Dica do Emma
http://www.opencola.com/products/3_softdrink/formula.shtml

 

(((Batata-doce pode virar combustível de baixo custo)))

É a confirmação do que todo mundo já sabia!!!


ADRIANA CHAVES
da Agência Online

Pesquisadores da Unitins (Fundação Universidade do Tocantins), em Palmas, estão testando a potencialidade da batata-doce como opção aos derivados de petróleo para os pequenos produtores da região Norte do país.

O desafio dos pesquisadores da instituição, que integram o Programa do Trópico Úmido, é garantir o melhor aproveitamento possível de biomassa da batata-doce.

"Para torná-la resistente às pragas, estão sendo feitas análises laboratoriais, parte do programa de melhoramento genético que prevê ainda o cruzamento de clones dos tubérculos com melhores resultados", disse o coordenador do projeto, Márcio Antônio da Silveira.

Segundo análises do Cenbio (Centro Nacional de Referência em Biomassa), a seleção de clones permite o "aumento no rendimento da matéria-prima para combustível de 8,9 t/ha para 20 t/ ha a 30 t/ha."

Os primeiros resultados mostram que 1 hectare de raiz de batata-doce rende de 30 a 40 toneladas de biomassa. Enquanto 1 tonelada de cana gera 67 litros de álcool, a mesma quantidade de batata-doce chega a até 130 litros do combustível.

Para o Cenbio, programas de biomassa, responsáveis por 25% da energia primária do país, também podem representar um incremento na geração de empregos e diminuição dos danos ambientais causados pelo petróleo e pela cana-de-açúcar.

Grande promessa de bioenergia entre os anos 70 e 80, a cana fechou a década passada apontada como uma das responsáveis pelo elevado índice de queimadas e reprodutora da estrutura agrária de monocultura e latifúndio, além do alto custo de produção, devido à grande mecanização.

A batata-doce, ao contrário, privilegia os pequenos produtores rurais: não exige grandes áreas de plantio, tem custo baixo para plantação e alto rendimento.

"O Brasil é hoje o 10º maior produtor mundial de batata-doce, com 82 mil hectares de área e produtividade de 8,9 t/ha", afirma Silveira.

O princípio básico da produção na agricultura é a conversão, pelas plantas, da energia solar em energia química.

No trópico brasileiro, região da Amazônia, o potencial de produção de matéria seca da vegetação nativa é de 146 t/ha. Nas zonas temperadas atinge 59 t/ha.

"A região Norte reúne as condições ideais: sol abundante, solo e água", disse o pesquisador.
O projeto para viabilizar a batata-doce como combustível -aprovado no final do ano passado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico)- foi impulsionado nos últimos anos devido ao agravamento da crise no setor energético.

Segundo o coordenador, "a conclusão do projeto estava prevista para 2003, mas os recentes avanços nos estudos devem antecipar esse cronograma".

Estão sendo colhidas amostras de plantas no Tocantins e em outras áreas que compõem a Amazônia, principalmente aldeias indígenas. Agora, os materiais serão selecionados e catalogados.

"A variabilidade genética da espécie é muito grande nessa região", disse ele.


segunda-feira, setembro 03, 2001

 


(((Para evitar estresse, esqueça o chefe, diz médico)))

da Reuters, em Hong Kong

Um psiquiatra de Hong Kong tem uma recomendação simples para pessoas que se sentem muito estressadas no trabalho: faça somente 70% do que é pedido pelo chefe.

"Diga a você mesmo que só pode cumprir 70% do que o seu chefe pede, porque você nunca poderá satisfazer plenamente os desejos dele", disse o médico Leo Chiu Pak-wang.

Os patrões sempre esperam que os trabalhadores façam mais, levando às pessoas a ficar mais estressadas com a preocupação de perder o emprego na atual conjuntura.

O país asiático está à beira de uma segunda recessão em menos de três anos. O governo local anunciou na sexta-feira a taxa de crescimento do segundo trimestre, que foi pior que o esperado. Muitas companhias anunciaram férias temporárias, e os economistas acreditam que o desemprego aumentará para 5 por cento, dos 4,7% de maio, junho e julho, até o fim deste ano.

 

(((Inglesa cozinha gato em microondas para se vingar de pulga)))


da Reuters, em Londres
Uma inglesa admitiu em um tribunal hoje que havia colocado seu gato de estimação no forno microondas depois de ser mordida por uma das pulgas do animal.
Nadine Trewin, de 31 anos, de Crawley, sul da Inglaterra, foi considerada culpada de crueldade após admitir ter matado Sasha, seu gato malhado, disse a Sociedade Real para a Prevenção da Crueldade aos Animais (RSPCA).
"Ela alegou que o gato pulou para dentro do microondas e ela fechou a porta do forno, que teria ligado sozinho", disse uma porta-voz. "O gato ficou cozinhando por pelo menos um minuto".
Trewin, que teria bebido vinho e cerveja, tirou o gato do microondas e o jogou pela janela porque ele estava muito quente, disse a porta-voz.
Ela enterrou o gato, que morreu logo depois, no quintal de sua casa, mas a RSPCA desenterrou o corpo do bichano após Trewin ter contado a um vizinho o que havia feito.
"Ela fez isso porque estava muito bêbada. Ela também disse que teria feito isso porque havia sido mordida na perna por uma das pulgas do gato", disse a porta-voz da RSPCA.
Trewin foi sentenciada a dois anos de trabalhos comunitários e foi proibida de ter animais durante cinco anos.
"É um dos piores casos de crueldade deliberada que eu já ouvi falar. É um dos mais cruéis porque foi premeditado", disse a porta-voz da RSPCA.

 

((('Eu sei o que estou fazendo', diz empreendedor do clone humano)))

ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
da Folha de S.Paulo, em San Francisco

A maioria dos cientistas é contra a clonagem humana não por convicção, mas
por medo. E Ian Wilmut, o pesquisador escocês que produziu a ovelha clonada
Dolly, deveria "fazer a lição de casa" e explicar ao mundo por que seus
resultados são "tão ruins".

As acusações, disparadas em tom triunfante, vêm de um dos cientistas mais
atacados da atualidade: Panayiotis Zavos, professor aposentado da
Universidade de Kentucky (EUA). Em Roma, sexta-feira passada, sob uma
tempestade de críticas, Zavos anunciou, com o colega Severino Antinori, que
está em fase avançada de pesquisas para clonar um ser humano. Isto é, uma
cópia genética idêntica de uma outra pessoa.

Aos 57 anos, natural da ilha mediterrânea de Chipre, casado com uma colega
de trabalho, Zavos tem uma única filha, que faz 2 anos amanhã. Ele falou por
telefone à Folha. A seguir, os principais trechos.

Folha - O sr. acaba de voltar da Itália. Como estava o ambiente durante o
anúncio?

Panayiotis Zavos - Um frenesi. Mais de 200 jornalistas numa sala comigo e
meus colegas. Vocês são muito sedentos de informação, sanguessugas.

Folha - O sr. já esperava a reação negativa?

Zavos - Quando fizemos o primeiro anúncio, em janeiro, no Kentucky, não
esperávamos incendiar o mundo, como aconteceu. Agora, estamos numa segunda
fase do incêndio.

Folha - Os srs. disseram que o principal objetivo é ajudar casais estéreis.
E se um homossexual solteiro quiser ser clonado?

Zavos - Ainda não decidimos. Temos de estudar mais. Mas, em princípio,
preferimos casais.

Folha - Mas ainda podem mudar de idéia?

Zavos - A decisão não será só minha. O mundo inteiro vai dar as diretrizes.
Cada país vai ter leis específicas. Na semana passada, fui à Grécia e ao
Chipre para ajudá-los a formular suas regras, para que essa tecnologia não
tome rumos indesejados. Queremos que o uso seja estritamente
terapêutico-reprodutivo.

Folha - O sr. tem sido muito criticado pela chamada ciência 'mainstream'
(oficialmente estabelecida).

Zavos - Mainstream. É isso mesmo que eles são.

Folha - Isso o faz se sentir um renegado?

Zavos - Claro. Mas nossos antecessores, nos primórdios da fertilização in
vitro (fora do corpo), sofreram as mesmas críticas. Só que não reagiram tão
abertamente quanto nós. Achamos que o mundo precisa saber de tudo, ao mesmo
tempo em que desenvolvemos a tecnologia.

Folha - Os cientistas acham melhor debater primeiro e desenvolver depois.

Zavos - As decisões devem ser tomadas abertamente, pelo mundo todo.

Folha - Mas deu a impressão que o sr. vai em frente, sem esperar que o mundo
decida.

Zavos - Não vamos esperar. Já estamos nos movendo e vamos arrastar o mundo
junto. Já disse: o gênio saiu da garrafa. Ou seja, o primeiro passo já foi
dado. Essa tecnologia é inevitável. A questão: quem deve desenvolvê-la?

Folha - Quem seria?

Zavos - Meu grupo, porque temos a base científica. Melhor nós do que alguma
seita, como os raelianos (seita norte-americana que tem na clonagem humana e
na recepção a extraterrestres os pontos-chave de sua doutrina). Eles alegam
que têm experimentos com óvulos de vaca que meu grupo já fazia há dez anos.
Estamos muito à frente. E já estamos tendo sucesso.

Folha - Como assim? Em que estágio estão suas experiências?

Zavos - Temos várias experimentos em curso. Mas não posso dizer mais nada.
Progredimos a cada dia.

Folha - Em quanto tempo vamos ter um clone humano?

Zavos - Em um ano e meio ou dois anos teremos um embrião viável, que será
transferido para uma mulher e dará origem a uma criança saudável.

Folha - Achei que o sr. fosse dar um prazo menor.

Zavos - Não queremos pular etapas. Precisamos de critérios muito rígidos
para saber se um embrião é 100% viável.

Folha - Ian Wilmut, que produziu a ovelha Dolly, é um crítico do sr. Diz que
o principal problema durante clonagens é a taxa de sucesso muito baixa. E
que, mesmo quando um feto se desenvolve, o risco de deformações é alto.

Zavos - Wilmut deveria se perguntar onde errou, para ter resultados tão
ruins. Provavelmente não fez a lição de casa. Na produção de Dolly, em 277
tentativas, ele obteve 29 embriões. E implantou todos em ovelhas receptoras.
Mas nós só vamos transferir os melhores embriões. Wilmut estava ansioso, nem
selecionou os embriões. Simplesmente transferiu. Quanto às deformações, é
que, em animais de laboratório, há um grau muito alto de intracruzamentos,
em populações pequenas. Isso torna o DNA muito mais instável, sujeito a
problemas genéticos. Entre seres humanos, intracruzamentos são bem mais
raros. É como se o DNA fosse mais resistente.

Folha - Mas há muitos outros cientistas trabalhando com clonagem e todos
divulgam vários resultados negativos.

Zavos - Nem todos. Há pouco, um grupo japonês produziu 10 bezerros
extremamente saudáveis a partir de 10 transferências de embriões.

Folha - De novo: não seria melhor fazer tudo isso na ciência estabelecida, e
não como renegado?

Zavos - Só se você convencer os cientistas. Aí eu poderia me juntar a eles.
Um importante pesquisador me disse que é contra a clonagem porque não
saberia o que fazer com um bebê assim. Em vez de ser contra a priori, eles
deveriam discutir diretrizes, porque, uma vez que a clonagem aconteça, é a
ciência como um todo que vai levá-la adiante.

Folha - O sr. está acusando os cientistas de medrosos?

Zavos - Certas pessoas preferem passar fome a atravessar a rua para comprar
um sanduíche. Medo de atropelamento. Como não sabem lidar com a clonagem
humana, preferem nos acusar de sem ética, imorais, renegados.

Folha - O sr. é religioso?

Zavos - Muito. Faço parte da Igreja Ortodoxa Grega. Deus quer que ajudemos
os homens a ter uma vida saudável. Muitos católicos fazem fertilização
artificial comigo, indo contra o papa. O papa podia vir ao encontro do povo,
em vez de o povo se aproximar da sacada dele e perguntar: "Sobre o que o sr.
conversou com Deus ontem à noite?".

Folha - Já que falou em Deus, clonar humanos é brincar de Deus?

Zavos - Não. Sou tão humano quanto você. Deus apenas me guia. E diz:
"Continue, você está no caminho certo".

Folha - Pela quantidade de críticas, o sr. parece muito confiante.

Zavos - Claro. Eu sei o que estou fazendo.


 

(((Historiador recria cerveja a partir de fezes animais)))

da Reuters, em Londres

O historiador britânico Merryn Dineley recriou uma cerveja aromatizada usando esterco animal e a colocou à venda. O feito se deu nas remotas ilhas Orkney (norte da Escócia).

Dineley, historiador da Universidade Manchester e coordenador da idéia, disse ontem ao jornal "The Observer" que a cerveja era "deliciosa". A bebida é fermentada em potes de barro que têm vestígios de fezes animais cozidas.

A cerveja foi desenvolvida a partir de uma receita usada em uma cervejaria descoberta por historiadores no arquipélago. Eles acreditam que a receita tenha 5.000 anos de idade.

Dineley encontrou o que seria um forno para grãos de malte no vilarejo neolítico de Skara Brae, nas Orkneys, e vestígios de álcool de cereais fermentado. A partir da descoberta, ele começou a trabalhar no projeto de reconstituição da cerveja.

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