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(( Água reciclada de privadas é nova arma de Cingapura contra sede ))


CIDADE DE CINGAPURA (Reuters) - A cidade-Estado de Cingapura, às vésperas de entregar a seus cidadãos 60 mil garrafas de água potável reciclada, implementa o programa "Newater" ("novágua") como uma solução para seus problemas de abastecimento com a vizinha Malásia.

A pequena ilha de 4 milhões de habitantes, discutindo melhores preços para a água fornecida pela Malásia, lançou uma campanha agressiva a fim de convencer a população de que a água reciclada após ter sido recolhida dos ralos e privadas do país é melhor do que a consumida atualmente.

A medida também é uma arma de barganha nas negociações com os malaios.

"Se os malaios pensam que todos nós morreremos de sede sem a água deles, então sempre acharão que estão nos vendendo a água por um preço baixo demais," afirmou George Yeo, ministro do Comércio e da Indústria de Cingapura.

"Mas, uma vez que saibam que podemos produzir nossa própria água, eles poderão vender parte dela para Cingapura e ficaremos satisfeitos em comprá-la."

O preço da água é o motivo de maior atrito entre os vizinhos, que se reúnem em setembro para discutir um pacote de questões, entre as quais planos para uma nova ponte a ligar os dois países e o uso do espaço aéreo da Malásia por jatos de Cingapura.

Cingapura, que recebe dos malaios cerca de metade da água usada no consumo humano e industrial, rejeitou no mês passado uma proposta para pagar cem vezes mais o preço atual por volta do ano 2007.

O primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad, declarou na terça-feira que seu país perde dinheiro na venda de água para Cingapura.

O país paga atualmente 3 centavos malaios (menos de 1 centavo norte-americano) por cada mil galões de água não-tratada.

O projeto Newater conta com o apoio do primeiro-ministro de Cingapura, Goh Chok Tong, que recentemente bebeu de uma garrafa de água reciclada após uma partida de tênis.

No Dia da Parada Nacional, 9 de agosto, 60 mil garrafas serão distribuídas junto com salgadinhos.