quinta-feira, novembro 21, 2002

 

(( Cazaquistão quer receber lixo atômico do exterior ))

deu na BBC

Alex Kirby, do Cazaquistão

O Cazaquistão, principal área de testes nucleares do mundo durante o período soviético, está planejando receber lixo nuclear de outros países.

A idéia é ganhar dinheiro suficiente para financiar a disposição de seu próprio lixo radioativo.

Apesar dos planos, o país ainda não tem um depósito capaz de receber os resíduos do exterior e parece estar prestes a burlar as leis internacionais sobre o assunto.

Para surpresa de muitos cazaques, o governo vai pedir que o Parlamento altere uma lei que proíbe a importação e aterro de material radioativo vindo do exterior.

"Inofensivo"

A empresa que será responsável pela importação, se a emenda for aprovada, será a estatal Kazatomprom.

O presidente da companhia, Mukhtar Dzakishev, disse que a limpeza da montanha de lixo nuclear de 220 milhões de toneladas do próprio Cazaquistão custaria mais de US$ 1,1 bilhão (R$ 3,8 bilhões), um custo muito superior às possibilidades do país.

Dzakishev calculou que a importação do lixo renderia ao país cerca de US$ 40 bilhões (R$ 140 bilhões) ao longo dos próximos 30 anos.

Ele afirmou que a empresa cobraria US$ 5 mil (R$ 17,5 mil) por cada barril com capacidade de 200 litros de material radioativo.

"Nós estaríamos lidando com resíduos de nível radioativo médio e intermediário, que vão se tornar inofensivos em mil anos", explicou o presidente da empresa.

"O material não vai conter plutônio, e nós poderíamos enterrar os resíduos temporariamente em covas ou em antigas minas de urânio até que um depósito seja construído na cidade de Aqtau ou no Mar Cáspio"

Especialistas britânicos dizem que o lixo nuclear de nível intermediário pode, sim, conter plutônio, um material que demora 200 mil anos para se tornar inofensivo e precisa ser depositado em covas profundas.

Câncer

A principal área para testes nucleares da antiga União Soviética ficava no Cazaquistão.

Cerca de 500 bombas nucleares foram detonadas na região de Semipalatinsk, e mais de um milhão de pessoas foram expostas à radiação como resultado desses testes.

O local, que era mantido em segredo a ponto de não aparecer nos mapas no Cazaquistão, foi fechado em 2000.

O número de casos de câncer na região aumentou 8,3% nos últimos cinco anos.

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