quarta-feira, março 19, 2003
(( Bombeiros do Rio capturam as jibóias "Bush" e "Saddam" ))
da France Presse, no Rio
Os bombeiros do Rio de Janeiro anunciaram hoje a captura das jibóias "Bush" e "Saddam Hussein" na zona oeste da cidade. Os animais têm cerca de três metros de comprimento.
"A primeira foi capturada no jardim de uma casa do bairro de Jacarepaguá e foi batizada com o nome do presidente americano", disse o tenente-coronel Delson Pinto dos Santos.
"A segunda, um pouco menor que a primeira, foi encontrada em uma escola vizinha e recebeu o nome do presidente iraquiano."
"Bush" e "Saddam", segundo os bombeiros, não são venenosas. As jibóias foram levadas para o zoológico do Rio.
"Depois das chuvas, é frequente que apareçam cobras. Elas vêm das matas próximas e as pessoas nos chamam para recolhê-las", disse Santos.
O Rio é atingido por fortes chuvas desde segunda-feira. A Defesa Civil do município registrou 171 chamados. A maioria, de alagamento de ruas, casas inundadas, ameaça de queda de barranco e rachadura de casas.
segunda-feira, março 17, 2003
(( Resgate de celular que caiu na privada mata 3 no Quênia ))
enviado por Alê Basile
Deu no BBC Brasil
Três homens morreram ao tentar recuperar um telefone celular que havia caído dentro de uma fossa sanitária na cidade de Mombassa, no Quênia.
O aparelho pertencia à estudante Dora Mwabela, que o deixou cair dentro da privada quando estava "atendendo a um chamado da natureza", como informa o jornal Daily Nation.
Ela ofereceu uma recompensa de 1.000 xelins (o equivalente a R$ 45) para quem conseguisse recuperar o telefone, que custa algo como 6.000 (R$ 270).
A maioria dos quenianos vive com menos de US$ 1 (R$ 3,39) por dia.
Recém-casado
Quem tentou o resgate foi o técnico de rádio Patrick Luhakha, 30 anos, que quebrou o piso do banheiro e desceu à fossa sanitária com a ajuda de uma escada.
Pouco depois, não havia mais sinais de Luhakha, e um vizinho, Kevin Wambua, foi procurar seu amigo.
Mas Wambua escorregou e caiu dentro da pestilenta massa acumulada no interior da fossa sanitária, debatendo-se sem conseguir sair.
Então um terceiro homem, John Solo, tentou resgatar os dois, enquanto policiais apenas observavam o que estavam acontecendo, de acordo com relatos da imprensa.
Impedido à força
Solo perdeu os sentidos a meio caminho da fossa sanitária, para onde também estava descendo com a ajuda da escada.
Populares conseguriam resgatá-lo, mas ele morreu a caminho do hospital.
Um quarto homem queria tentar resgatar seus amigos Luhakha e Wambua, mas foi impedido pela polícia.
“Os gases dentro daquele lugar devem ser extremamente venenosos, se levarmos em consideração o quão rapidamente essas pessoas perderam os sentidos”, disse o chefe interino da polícia de Mombassa, Peter Njenga.
O telefone celular não foi encontrado.
(( Brasil vira deserto em filme japonês ))
ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
Colunista da Folha de S.Paulo
Em um cenário desértico tipo "Mad Max", sob tempestades de areia que bloqueiam a visão, um rapaz de capa preta e aparência asiática entra num boteco de vigésima categoria. Sem perder tempo com palavras, abre fogo contra a turba de vagabundos vestidos de camisa havaiana e/ou poncho que frequenta o local. Mata logo uns 20.
Um letreiro localiza a chacina: São Pedro, São Paulo, Brasil.
Trata-se de uma das primeiras cenas de um filme que ultrapassa toda e qualquer fronteira da bizarrice: "City of Lost Souls" (literalmente, "Cidade das Almas Perdidas"), do cultuado cineasta japonês Takashi Miike. Saiu em DVD nos EUA. "Escuta Aqui" comprou pela internet.
O fato de a verdejante e pacata São Pedro (SP) aparecer na tela como uma filial poeirenta do inferno é só uma entre centenas de esquisitices.
Na história, o brasileiro de ascendência japonesa Mário tem de emigrar porque sua casa caiu. Vai parar no Japão, onde conhece uma chinesa que está sendo deportada. Ele consegue resgatá-la do serviço de imigração e, a partir daí, o casal se envolve com as máfias japonesa e chinesa e com o submundo brasileiro no Japão, que bebe na boate Barquinho e assiste ao canal pirata TV Piranha.
O roteiro é tão sem pé nem cabeça que o crítico da revista "Time Out" entendeu que a ação se passava na comunidade japonesa do Brasil (na verdade, é na comunidade brasileira do Japão).
Por alguma razão inalcançável, boa parte do filme é falada em português. E pelos próprios atores japoneses, que não sabem português nem aqui nem na China! Os diálogos são até realistas, com gírias do Brasil (o filme foi feito em 2000), mas pronunciados de modo incompreensível. Só dois atores, brasileiros, mandam português de verdade.
Há dezenas de cenas inacreditáveis. O destaque fica para as brigas de galo feitas em computação gráfica. O resultado é a exata mistura de "Matrix" com "Fuga das Galinhas"! Vale lembrar também o casamento de Mário com a chinesa ao som de batucada. Mostrando toda sua ginga japonesa, Mário casa sem camisa e sambando!
"A Cidade das Almas Perdidas" deixou "Escuta Aqui" sem rumo. Só comprei esse DVD porque tinha visto em 2001 (e até comentei aqui) um outro filme, esse sim genial, do mesmo diretor, chamado "Audition". É a história de um viúvo, que, em busca de namorada, se envolve com uma jovem sádica que mora numa casa vazia -só ela e um saco de lixo que de vez em quando se mexe.
Difícil acreditar que um mesmo diretor tenha feito a obra-prima "Audition" e o abacaxi espinhento "Cidade das Almas Perdidas".
Se passarem em algum festival ou estiverem disponíveis na internet, dê uma olhada nos dois. Um é ótimo. O outro é tão ruim que é bom.