sexta-feira, agosto 15, 2003
(( Carnes exóticas são vendidas no Congo ))
deu no Terra
Kinshasa, uma cidade considerada no passado a Paris da África, vende as comidas mais exóticas que se pode imaginar. As carnes e especiarias são transportadas pelo rio Congo e vendidas nas feiras da cidade.
Entre as especialidades, um macaco estripado que fica sobre brasas por dois dias para ser defumado. Depois, é servido em um caldo ou recheado. "Vai muito bem com tomate e um molho de alho sobre uma camada de arroz", disse a vendedora de macacos, Marie-Jan, na seção de carnes e pescados do mercado ao ar livre de Kinshasa. Na mesa frente a ela estão cinco macacos defumados, com suas caras permanentemente contorcidas pelos dias ao fogo do carvão.
Um aglomerado de clientes caminha próximo às entranhas de pescado, enquanto um crocodilo jovem amarrado faz esforços para escapar-se por debaixo da prateleira das tartarugas. Cabeças de cabras parecem olhar ao vazio sobre a mesa e dois homens pechincham sobre o preço de um depósito de larvas que se retorcem. Caracóis gigantes e várias espécies de antílopes são outras das comidas exóticas encontradas em Kinshasa.
A paz estimula o comércio
Na medida que uma guerra civil de cinco anos vai terminando na República Democrática do Congo e o tráfico fluvial recomeça em longos trechos do rio que estiveram fechados durante o conflito, o comércio de carnes exóticas se incrementa.
É um comércio ensangüentado que, segundo os conservacionistas, está devastando grande parte da fauna selvagem da África. Entre estes animais estão os primatas.
"O comércio de carne exótica é com certeza a maior ameaça para os chimpanzés e bonobos", disse um relatório do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP) sobre os macacos. Em seu Panorama Ambiental Africano, o UNEP diz que mais de 60 espécies de fauna selvagem são comumente consumidas como alimento no oeste e o centro da África. As carnes exóticas somam 70% das proteínas animais que se consomem na Costa do Marfim, 80% na Libéria e 55% em Serra Leoa.
O mercado de carnes exóticas não é a única ameaça para os macacos, antílopes, crocodilos e outros animais das regiões tropicais de África. A população rural em aumento e a destruição do hábitat desses animais estão também contribuindo. Os caminhos devastados abriram espaços nas zonas anteriormente isoladas nos bosques e contribuem para o comércio das carnes exóticas.
Pelo rio do Congo, desde Kinshasa, viajam artigos básicos como roupas, cigarros, combustível, açúcar e sal. Rio abaixo vão produtos do interior, entre eles as carnes exóticas. "Eu a vezes vendo somente dez crocodilos diários, mas quando aumenta o tráfico pelo rio chegam animais mais baratos", disse a vendedora de crocodilos Jeanette Lianza.
Onde as selvas são espessas e isoladas, não oferecendo outra alternativa, as carnes exóticas são o único recurso natural, especialmente na província de Equateur, no noroeste do Congo.
Grande parte das carnes exóticas encontradas em Kinshasa vem da área de Mbandaka, em Equateur, a 500 quilômetros da capital, no que era até pouco tempo um território rebelde. Um cocodrilos jovem de 1,2 metros pode ser vendido por até US$ 35 dólares no mercado, e os macacos pequenos a US$ 25.
deu no Terra
Kinshasa, uma cidade considerada no passado a Paris da África, vende as comidas mais exóticas que se pode imaginar. As carnes e especiarias são transportadas pelo rio Congo e vendidas nas feiras da cidade.
Entre as especialidades, um macaco estripado que fica sobre brasas por dois dias para ser defumado. Depois, é servido em um caldo ou recheado. "Vai muito bem com tomate e um molho de alho sobre uma camada de arroz", disse a vendedora de macacos, Marie-Jan, na seção de carnes e pescados do mercado ao ar livre de Kinshasa. Na mesa frente a ela estão cinco macacos defumados, com suas caras permanentemente contorcidas pelos dias ao fogo do carvão.
Um aglomerado de clientes caminha próximo às entranhas de pescado, enquanto um crocodilo jovem amarrado faz esforços para escapar-se por debaixo da prateleira das tartarugas. Cabeças de cabras parecem olhar ao vazio sobre a mesa e dois homens pechincham sobre o preço de um depósito de larvas que se retorcem. Caracóis gigantes e várias espécies de antílopes são outras das comidas exóticas encontradas em Kinshasa.
A paz estimula o comércio
Na medida que uma guerra civil de cinco anos vai terminando na República Democrática do Congo e o tráfico fluvial recomeça em longos trechos do rio que estiveram fechados durante o conflito, o comércio de carnes exóticas se incrementa.
É um comércio ensangüentado que, segundo os conservacionistas, está devastando grande parte da fauna selvagem da África. Entre estes animais estão os primatas.
"O comércio de carne exótica é com certeza a maior ameaça para os chimpanzés e bonobos", disse um relatório do Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP) sobre os macacos. Em seu Panorama Ambiental Africano, o UNEP diz que mais de 60 espécies de fauna selvagem são comumente consumidas como alimento no oeste e o centro da África. As carnes exóticas somam 70% das proteínas animais que se consomem na Costa do Marfim, 80% na Libéria e 55% em Serra Leoa.
O mercado de carnes exóticas não é a única ameaça para os macacos, antílopes, crocodilos e outros animais das regiões tropicais de África. A população rural em aumento e a destruição do hábitat desses animais estão também contribuindo. Os caminhos devastados abriram espaços nas zonas anteriormente isoladas nos bosques e contribuem para o comércio das carnes exóticas.
Pelo rio do Congo, desde Kinshasa, viajam artigos básicos como roupas, cigarros, combustível, açúcar e sal. Rio abaixo vão produtos do interior, entre eles as carnes exóticas. "Eu a vezes vendo somente dez crocodilos diários, mas quando aumenta o tráfico pelo rio chegam animais mais baratos", disse a vendedora de crocodilos Jeanette Lianza.
Onde as selvas são espessas e isoladas, não oferecendo outra alternativa, as carnes exóticas são o único recurso natural, especialmente na província de Equateur, no noroeste do Congo.
Grande parte das carnes exóticas encontradas em Kinshasa vem da área de Mbandaka, em Equateur, a 500 quilômetros da capital, no que era até pouco tempo um território rebelde. Um cocodrilos jovem de 1,2 metros pode ser vendido por até US$ 35 dólares no mercado, e os macacos pequenos a US$ 25.